quinta-feira, 8 de abril de 2010

Algumas respostas

O colega Florivaldo Zacharias, de Sorocaba, solicitou resposta objetiva para três perguntas sobre assunto que lhe interessa, formuladas por outro colega, este de Goiânia, Marcelo Caixeta (Ver comentários do post “ABP de Todos os Psiquiatras: Democracia e Trabalho”).

1) O que acha do Movimento da Luta Anti Manicomial, de seu modo de agir em relação à classe médica, em especial os Psiquiatras?
É um movimento político-ideológico, de natureza antipsiquiátrica, cujas ações se fundamentam em argumentação ultrapassada e sem base científica.

2) Qual a sua opinião sobre a assim chamada “Reforma Psiquiátrica”, e sobre a Política de Saúde Mental do Ministério da Saúde?
Ambas se superpõem visto que a Coordenação da Saúde Mental do Ministério da Saúde é a mesma há quase 20 anos e a pessoa que ocupa o cargo é simpatizante da Reforma.
O modo como foi implantada no Brasil não melhorou a assistência em saúde mental por ter privilegiado um único dispositivo (CAPS) como solução para todos os males, no qual o psiquiatra seria apenas um figurante da equipe, quando dela fizesse parte.
A OMS preconiza o que consta na Lei 10.216/2001: o atendimento deve ser realizado em rede de serviços balanceada (ambulatórios, residências terapêuticas, serviços de emergência, leitos psiquiátricos em hospital geral e em hospitais especializados), que deveria ter sido criada concomitantemente com a desativação de leitos psiquiátricos e não foi.
A luta pela boa assistência em rede não permite defesa de hegemonia de ferramenta alguma , CAPS ou hospital especializado, erro observado ao longo dos últimos anos, originando dicotomia que interessa a poucos.
Em minha opinião, respondendo diretamente à pergunta, a "Reforma Psiquiátrica" no Brasil é um exemplo de movimento ideológico caduco, falido, que não deu os resultados esperados em detrimento da saúde de milhares de pacientes com transtornos mentais, mas persiste porque patrocinado pelo governo.

3) Qual a sua opinião sobre a necessidade dos Hospitais Psiquiátricos especializados dentro do SUS?
Eles são parte indispensável de uma rede completa de assistência em saúde mental. Seriam equivalentes aos hospitais terciários, dando retaguarda para os demais serviços no atendimento de casos mais graves e complicados. Se a rede fosse bem planejada, existiriam em número reduzido e seriam centros de referência. Também acredito que pudessem abranger complexo de serviços, como no IPq-USP.


A cada semana nossa chapa apresentará proposições objetivas e concretas para enfrentamento e condução de problemas nas nossas várias áreas de atuação nos seus diversos níveis de complexidade, já um desenvolvimento do que consta na Proposta de Trabalho - ABP 2010-2013 Ver post de 22/02/2010).

Um comentário:

  1. Agradecido pela pronta respota.

    Atenciosamente,

    Florivaldo Zacharias.

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