segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Posicionamento da ABP sobre o Processo Eleitoral

A ABP enviou hoje uma newsletter para seus associados, na qual faz considerações e um alerta sobre os riscos envolvidos em uma eleição. Veja abaixo a reprodução na íntegra do texto.

O processo eleitoral deve significar avanço e não retrocesso

Em outubro, na véspera do Congresso Brasileiro de Psiquiatria, acontecerão as eleições para escolha da nova diretoria, dos secretários regionais e dos membros do Conselho Fiscal da ABP. Está em curso a campanha eleitoral dos grupos que pretendem estar à frente da instituição nos próximos anos. A atual diretoria se manteve, até o momento, afastada da discussão.

Tal postura de distanciamento, lamentavelmente, não é mais possível. É dever da diretoria interferir quando percebe qualquer risco ao patrimônio e aos valores da ABP. O período eleitoral não pode servir como palco para propagação de calúnias e difamações, colocando em risco conquistas da instituição. Isto é intolerável!

Ataques ao CBP, ao fato de englobar no seu programa diferentes tendências e correntes de pensamento, ou que é dominado pela indústria farmacêutica, só podem ser feitos por quem não conhece o cuidado que se tem com conteúdo e independência da programação científica. Ou, pior ainda, por quem prega patrulhamento e obscurantismo. As críticas, muitas protegidas pela informalidade da internet, são feitas sem embasamento técnico ou propostas objetivas para melhorias. Está claro que servem apenas ao calendário eleitoral e as pessoas por trás delas não avaliam o prejuízo permanente e coletivo que isso pode causar.

Outra distorção desse processo é a utilização de jornadas regionais e locais como ferramentas de campanha eleitoral. É um desrespeito com os associados que confiam que essas atividades visam apenas seu desenvolvimento profissional e apoio à formação. Além disso, pode significar uso indevido de recursos destinados a eventos científicos.

O processo eleitoral pode ser um meio de evolução da ABP se conduzido de maneira madura e responsável. Principalmente, deve servir ao crescimento da instituição, respeitando o princípio de que o coletivo é mais importante que o individual. E, dentro desses limites, os associados esperam propostas de trabalho, discussão técnica e, sobretudo honestidade.

Não é papel da diretoria intervir para corrigir essas distorções, mas sim alertar. Neste momento em que, coincidentemente, também passamos por eleições no Brasil é fundamental cuidar para que os vícios observados na política tradicional não invadam a ABP. E lembrar que aqueles que utilizam meios questionáveis para chegar ao poder não têm capacidade nem intenção de exercê-lo dignamente.

João Alberto Carvalho
Presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Os comentários serão moderados para evitar a publicação de insultos e/ou mensagens contendo palavrões. Da mesma maneira, apenas serão aceitas mensagens com a identificação do remetente.